Ainda conforme a delação, o valor foi repassado e, como recompensa, o
Estado do Ceará pagaria à JBS R$ 110 milhões que o estado devia à
empresa em crédito de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS).
Questionado sobre a delação, Camilo Santana alegou que as doações que
recebeu na campanha foram legais e declaradas. "As informações que tenho
são de que foram feitas de forma absolutamente corretas e dentro da
lei. Tanto que todas as contas foram devidamente aprovadas pelo TRE",
disse o governador Camilo Santana.
Em nota, Cid Gomes afirma que repudia referências em delação que
atribuem a ele o recebimento de dinheiro. "Nunca recebi um centavo da
JBS. Todo o meu patrimônio, depois de 34 anos trabalhando, é de 782 mil
reais (IRPF2016), tendo sido duas vezes deputado, duas vezes prefeito e
duas vezes governador", afirmou.
O G1
tenta contato com Arialdo Pinho e Antônio Balhmann. Até a tarde desta
sexta-feira, as ligações a Arialdo Pinho não foram atendidas. A
Assessoria de Assuntos Internacionais, da qual Antônio Balhmann é
titular, afirma que ele está em viagem e sem comunicação.
Dívida do estado com a empresa
Na deleção, o empresário detalha como foi feita a negociação com o
então governador Cid Gomes. "Nós tínhamos R$ 110 milhões acumulados que o
Governo do Estado não pagava. O governador Cid Gomes esteve no nosso
escritório, comigo e com o Joesley, falou com a gente e pediu uma doação
em São Paulo. Nós perguntamos quanto ele esperava de doação. Ele disse
que esperava R$ 20 milhões. Eu disse 'governador, impossível eu
contribuir com R$ 20 milhões enquanto o Estado me deve R$ 110 milhões e
não me paga'. Ele não falou nada e saiu, falou 'tá bom, deixa eu ver o
que posso fazer sobre esse assunto'."
Ainda conforme o delator, duas semanas depois o secretário Arialdo
Pinho e o então deputado Antônio Balhmann procuraram os irmãos Batista,
em nome de Cid Gomes, para cobrar a doação de R$ 20 milhões, ameaçando
não pagar os R$ 110 milhões que o estado supostamente devia ao grupo
empresarial.
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