A sonda Cassini tem ganhado muitas manchetes. E não é para menos. No dia 26 de abril, começou a etapa final da missão da sonda, que já opera há mais de 12 anos em Saturno.
Ela deu seu primeiro mergulho em uma região pela qual nenhuma outra
sonda jamais tinha se aventurado: o espaço de cerca de dois mil
quilômetros que separa o planeta de seu sistema de anéis.
Nesse
voo rasante, Cassini coletou sons que deixaram os cientistas de cabelo
em pé. Os dados recém-obtidos revelam que essa área é muito mais "vazia"
do que se esperava. Os tais sons, vale frisar, em nada se assemelham
com o que estamos acostumados aqui na Terra: são uma espécie de
"adaptação sonora" das ondas de rádio e de plasma captadas pelas antenas
da sonda. Não seria possível ouví-los de fato por lá.
Para
ouvidos leigos, os barulhos não passam de chiados e estalos embalados
por uma estática que deixa tudo meio bizarro. Mas os pesquisadores já
estão acostumados e conseguem extrair dali um bocado de informação. Como
o espaço é um ambiente repleto de partículas carregadas, normalmente o
que se ouve é algo similar a apitos e rangidos mais agudos. Quando
matéria sólida bate nos sensores, elas emitem estalos.
No curto período em que Cassini passou pela fina espessura dos anéis de Saturno,
os estalos eram abundantes, indicando a presença de algo em torno de
cem partículas por segundo. Ao chegar na região intermediária entre o
gigante gasoso e os anéis, porém, não se ouvia quase nada além dos
apitos. Ou seja: há muito menos matéria ali do que os cientistas
previam.
Os sons captados do planeta pela sonda deixaram os cientistas da NASA intrigados com o barulho estranho emitido pelo espaço entre Saturno e seus fantásticos anéis.
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