sábado, 5 de agosto de 2017

Mulher é velada viva em funerária esperando a morte

O velório de uma mulher boliviana que ainda estava viva levou à prisão de três pessoas, acusadas pela Justiça da Bolívia de tentativa de homicídio e de feminicídio.
Carmen del Pilar Chacón, 64, foi encontrada viva pela polícia na última quarta-feira, depois de ter passado cerca de 18 horas sobre uma mesa e coberta por uma manta, rodeada de familiares "de luto".
Segundo a imprensa do país, porém, Chacón havia sido internada com um quadro grave de pneumonia, diabetes, hipertensão e anemia, mas tirada do hospital por três parentes - uma de suas filhas, o marido desta e uma tia dele - enquanto ainda estava inconsciente.
"Os familiares disseram que haviam recebido (do médico) a informação de que (Chacón) morreria e pediram alta voluntária. Evidentemente foram (a funerária) deixá-la esperando a morte", disse na quinta-feira o promotor de La Paz Edwin Blanco ao jornal La Razón.
A polícia afirma que foi uma amiga de Chacón quem percebeu, durante o funeral, que ela ainda estava viva.
"Me aproximei para ver minha amiga e vi que ela estava com vida em uma mesa, coberta por uma manta", disse em seu perfil no Facebook Escarly Ticona.
A uma emissora de TV, Ticona contou ter perguntado à filha de Chacón por que havia levado a mãe à funerária sem que estivesse morta. "Ela me disse que não poderia levá-la para sua casa porque tem uma filha."
O administrador da funerária onde Chacón era velada também foi detido, mas liberado pouco depois por não haver evidências até o momento de que tenha sido cúmplice.
Chacón, porém, não estava sendo velada em uma das salas oficiais da funerária, mas sim em um quarto contíguo do local.
"Tive o horror de admitir (o erro); é a primeira e única vez que isso acontece, não temos nenhum antecedente", disse o administrador à emissora ATB. "(Os parentes) me mostraram um documento mostrando que a senhora tinha uma falência múltipla de órgãos. Me comovi com a família e aceitei ceder a eles um ambiente que não é o funerário."
O caso rapidamente se tornou um dos mais comentados no país, inclusive por autoridades.
Carmen Chacón havia sido hospitalizada com pneumonia agravada por diabetes.
"O que está acontecendo com a nossa sociedade? Por acaso perdemos todos os valores humanos? Exigimos uma profunda investigação", afirmou o ministro boliviano de Justiça, Héctor Arce.
Esse fato mostra o quanto algumas pessoas são desumanas com seus próprios parentes. É um caso inusitado. Os familiares que praticaram o crime merecem ficar um bom tempo atrás das grades pelo o ato desumano.

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