segunda-feira, 21 de março de 2016

Histórico das imagens da Catedral de Sobral

          Estamos na Semana Santa. O povo católico de Sobral e de todo o mundo revivem os momentos e os atos litúrgicos que lembram a Paixão, a Morte e a Ressurreição do Senhor Jesus, marcados pelas procissões. Sobral, por tradição, é essencialmente uma cidade católica. Podemos perceber esse ardor religioso por meio das procissões, onde milhares de pessoas acompanham pelas ruas as imagens que lembram o sacrifício e a Ressurreição de Cristo, como a do Senhor dos Passos,a de N.S. das Dores, a do Senhor Morto e a do Cristo Ressuscitado. Mas a maioria do nosso povo desconhece a história dessas belas e esculturais imagens que têm procedência europeia e que há mais de duzentos anos estão guardadas na nossa Catedral.
          As imagens do Senhor dos Passos, Nossa Senhora das Dores e a do Senhor Morto foram adquiridas para a Catedral de Sobral pelo Pe. João Ribeiro Pessoa, natural do Recife, que era curador e vigário da Vara e da Vila de Sobral. Não foi possível averiguar a data exata da aquisição das imagens, mas é certo que foi no século XIX. Foram trazidas da Europa, provavelmente da França, sendo transportadas de navio até o porto de Camocim.
          A imagem do Senhor Morto, cujos braços são de mola, primitivamente conservava-se suspensa numa grande cruz de madeira colocada no centro da sacristia do lado do nascente, junto à parede do fundo. Vale lembrar uma piedosa cerimônia que se costumava celebrar na Matriz, na Sexta-Feira da Paixão: o descimento da cruz. Colocada a cruz com a imagem do Senhor Crucificado na capela-mor, a imagem era deposta sobre o esquife por alguns irmãos revestidos de roupa roxa, logo que terminava o sermão. Em seguida, tinha início a comovente Procissão do Enterro.
          Devido a certos abusos e a falta de respeito, foi essa cerimônia proibida por Dom Joaquim José Vieira, 2º Bispo do Ceará. Sobre a primeira Semana Santa celebrada em Sobral, há registros históricos de que ocorreu na primitiva capela da Fazenda Caiçara, em 14 de abril de 1759.

             FIQUE SABENDO

              *Antônio Conselheiro, cearense de Quixeramobim e beato líder do Arraial de Canudos, próximo ao rio Vaza-Barris, na Bahia, casou-se duas vezes. Sua primeira esposa foi Brasilina Laurentina de Lima, mulher bonita e atraente que o traiu. Depois prostituiu-se e terminou seus dias como mendiga nas ruas de Sobral.
            Sua segunda esposa foi Joana Imaginária de Santa Quitéria, que não a levou consigo quando iniciou suas andanças como beato, para depois fundar Canudos;

              *O cafe, foi introduzido aqui no Ceará, pelo fidalgo José Xerez Furna Uchôa, bastado sertanejo pernambucano, capitão-mor de Sobral e das ribeiras do Acaraú. Trouxe da Europa o primeiro pé de café para aqui ser plantado, mais precisamente no Sítio Santa Úrsula, na Meruoca. Isso ocorreu entre os anos de 1743 e 1746.
                Afirma-se que foi ele que também introduziu a parreira e o tamarindo no Ceará;

             *A seca no Estado do Ceará é um problema  muito antigo. A primeira seca que se tem conhecimento no nosso estado, ocorreu no século XVII, mais precisamente no ano de 1606. Por outro lado, no ano de 1877, o Sertão Nordestino foi atingido por uma terrível seca, que matou cerca de 500 mil pessoas.



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